Do - Coturnonoturno - As esperadas mudanças na política econômica são consideradas
positivas para uma retomada da confiança de empresários e consumidores e
da credibilidade do governo, mas não diminuíram as incertezas em
relação a 2015, que ainda deve ser marcado por baixo crescimento e
inflação alta.
Além da lista de "maldades" que deve fazer parte do esperado ajuste
macroeconômico, com provável alta de impostos e corte de benefícios
sociais, uma outra série de fatores, que vão desde a crise hídrica até a
maior fragmentação do Congresso, pode fazer com que o crescimento do
Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano seja menor que a alta de 0,5%
prevista pela média de 20 instituições financeiras e consultorias
ouvidas pelo Valor Data.
Para analistas, a combinação entre políticas fiscal e monetária mais
restritivas deve manter o crescimento da economia em ritmo bastante
vagaroso, com alguma possibilidade de recuperação a partir da segunda
metade do ano. Ainda assim, a inflação deve ficar ainda mais pressionada
em 2015, devido ao realinhamento das tarifas públicas. Segundo a
estimativa média dos analistas consultados, o Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo (IPCA) terá alta de 6,6% no período, 0,1 ponto
acima, portanto, do teto da meta perseguida pelo Banco Central, de 6,5%.