Esta semana, encontramos um velho amigo e conterrâneo, há muito residindo em Porto Alegre e, ao cumprimenta-lo fomos saudado com a pergunta:“o que aconteceu com o nosso rio cachoeira?”. Silenciamos olhando um para o outro e refeito do impacto da pergunta, não nos restou outra alternativa senão declinar que o nosso cachoeira, onde por varias vezes tomávamos banho, pescávamos e servia até para a sobrevivência de pessoas que dali tiravam o seu sustento utilizando-se de tarrafas e anzóis , alguns com canoas, cantado em prosa e verso, admirado pela maioria de nossos visitantes, orgulho de todos nos, vem merecendo por parte de nossos governantes o desprezo e a indiferença aos apelos da população. Entra governo e sai governo, promessas de projetos salvadores não faltam. Entretanto,nenhuma ação é implementada no sentido de salva-lo.
Nos, itabunenses, não podemos nos calar com relação ao cachoeira. O rio- se é que assim ainda podemos chama-lo - mais parece uma floresta. Não há a mínima condição de vida em suas escassas aguas. A fedentina impera soberana ao longo de seu leito completamente tomado por baronesas e árvores. O clima sofre as consequências. As pessoas que fazem atividade física nas avenidas que margeiam o rio, reclamam um para o outro,mas não tomam uma atitude. Aliás, essas pessoas estão sujeitas a todo tipo de infortúnio: buracos, viciados emdrogas, assaltos, etc. Mas isso, possivelmente será objeto de comentários futuros.
Pois bem: enquanto o rio vai dando seus últimos suspiros, literalmente na UTI, não se houve uma voz na câmara municipal em sua defesa. A discussão que até entendo como justa, do poder publico municipal, é pelo retorno da gestão plena da saúde. E vai a pergunta: nesse contexto há algum projeto, pelo menos um projeto que vise resgatar nosso rio? Outra preocupação do momento é a viabilidade partidária, onde os representantes do povo possam se eleger com mais facilidade, ou apoio ao governo, oposição ao governo. Próximo ano teremos eleições e a população será mais uma vez manipulada e enganada nos propósitos eleitoreiros mediante promessas que jamais serão cumpridas. Esse estado de coisas não pode continuar no Brasil, afetando todos os cidadãos.
Cá, com relação ao rio cachoeira, chamamos a atenção das autoridades, especialmente o MinistérioPublico Estadual, para que, em havendo cobertura legal, utilize-se dos instrumentos legais para obrigar os gestores a assumirem a responsabilidade na implementação de ações que possam salvar esse patrimônio do povo itabunenses. A situação do cachoeira é muito, mas muito séria e requer de todos nós atitudes firmes em sua defesa.
Ornan Lapa Serapiao dos Santos, é filho de Itabuna,administrador de empresa, funcionário publico federal aposentado, professor e sindicalista.