sexta-feira, 10 de maio de 2013

Academia Grapiúna de Letras (AGRAL)


APRENDENDO COM O TEMPO
De repente a gente sente que Hoje é Ontem e que aquela carta, aquele presente, foram juntar-se às mil tarefas “para amanhã”.
Não se tornaram realidade.
De repente a gente sente que aquele amor terno-eterno, chegando o inverno, bateu asas: virou saudade.
            De repente, a gente sente que o bebê que se esperava, que jamais parecia jamais chegar, já sabe ler, sabe escrever, sabe cobrar: como a gente também cobrava.

            De repente a gente sente que
Hoje é futuro que se sonhou, mas não chegou com o colorido que a infância dava:
antes grisalho e de retalhos, como uma colcha de anos que foram ontens,
foram amanhãs num hoje agora, único tempo
que Deus entrega para viver, amar, sonhar, sorrir, cantar, sofrer, chorar, lutar, vencer, morrer, voltar...
Tão de repente, que não se sente dor ou saudade,
porque já é céu, Junto de Deus: eternidade...





            Estes versos da  poetisa Myrtes dão início ao meu artigo da semana. E então o que é  mesmo tempo? Há de fato uma concepção definitiva a respeito do tempo e suas diretrizes? Se aos olhos de uns o passar dos anos representa a relevância instantânea das  coisas, na opinião de outras pessoas o tempo constitui um aparato para a reflexão e aprimoramento, devendo portanto, ser enxergado não somente como instrumento de transição, mas também como a mais natural das dinâmicas da aprendizagem do ser humano, Há, ainda, quem busque em suas vivências, esquece-se da transitoriedade dos instantes. Nesta enumeração as concepções do tempo são apresentadas por meio de três conceitos: instantaneidade, aprendizagem e transitoriedade.

            Por que algumas pessoas conseguem vencer tribulações e adversidades terríveis enquanto outras são derrotadas enfrentando lutas e adversidades menores? Porque uns conseguem conquistar elevadas posições no emprego, e outros são demitidos? Uns são aprovados em vários concursos públicos, ENEM, vestibulares, ou conquistam medalhas em competições esportivas, outros não conseguem alcançar o sucesso? A resposta está nesta palavra – preparação. Um indivíduo que se prepara tem mais chances de vencer e conquistar vitórias em qualquer área da vida do que o que não se prepara.

            Devemos estar preparados para os momentos em que nos confrontamos com as adversidades, pois uma pessoa preparada tem mais chance de atravessar a tempestade, e chegar do outro lado de maneira vitoriosa. A questão é estar preparado. Eis porque o tempo é o nosso professor. “Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído,  tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade. Com isso, o apóstolo Paulo está dizendo o seguinte: “Eu estou preparado para enfrentar todos os tipos de questões nesta  vida e sair de maneira vitoriosa”. O tempo nos ensina a enfrentar as adversidades.

            Nos parâmetros observados é evidente que no processo de formação histórico-cultural, a base ideológica a respeito da questão temporal sofreu e sofre significativas transformações. Como define Linhares e a de que o tempo resume-se ao presente de modo que os acontecimentos contemporâneos independe de um contexto histórico anterior.

            No contexto mais poético como Chico Buarque refere-se ao tempo que independentemente do tempo decorrido, há sentimentos e aspectos humanos que são eternos. O conceito de Hobsbawn critica o modo com o qual a história é tratada nos dias hodiernos como instrumento deteriorado em vista do objetivos e aspirações momentâneas.

            É necessário  uma abordagem sobre as duas importantes relações com a passagem do tempo primeiramente a concepção mais hedonista de Linhares expõe um pensamento exclusivamente para o presente ignorando tendências históricas passadas e preconizando um progresso  pautado nas descobertas diárias, isto é, trata-se da ontogilização do presente também apresentada por Karl Marx em “a verdade temporal,“ Isso eu entendo que é um terreno complexo e arriscado ao associar a concepção mais hedonista de Linhares e conceitos utilizado por Karl Marx.


Agenilda Palmeiras, é professora e membro

da Academia Grapiúna de Letras (AGRAL)

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