De
repente a gente sente que Hoje é Ontem e que aquela carta, aquele presente,
foram juntar-se às mil tarefas “para amanhã”.
Não
se tornaram realidade.
De
repente a gente sente que aquele amor terno-eterno, chegando o inverno, bateu
asas: virou saudade.
De repente, a gente sente que o bebê que se esperava, que jamais parecia jamais
chegar, já sabe ler, sabe escrever, sabe cobrar: como
a gente também cobrava.
De repente a gente sente que
Hoje
é futuro que se sonhou, mas não chegou com o colorido que a infância dava:
antes
grisalho e de retalhos, como uma colcha de
anos que foram ontens,
foram
amanhãs num hoje agora, único tempo
que
Deus entrega para viver, amar, sonhar, sorrir, cantar, sofrer, chorar, lutar,
vencer, morrer, voltar...
Tão
de repente, que não se sente dor ou saudade,
Estes versos da poetisa Myrtes dão início ao meu artigo da semana. E
então o que é mesmo tempo? Há de fato uma concepção definitiva a respeito
do tempo e suas diretrizes? Se aos olhos de uns o passar dos anos representa a
relevância instantânea das coisas, na opinião de outras pessoas o tempo constitui
um aparato para a reflexão e aprimoramento, devendo portanto, ser enxergado não
somente como instrumento de transição, mas também como a mais natural das
dinâmicas da aprendizagem do ser humano, Há, ainda, quem busque em suas
vivências, esquece-se da transitoriedade dos instantes. Nesta enumeração as
concepções do tempo são apresentadas por meio de três conceitos:
instantaneidade, aprendizagem e transitoriedade.
Por que algumas pessoas conseguem vencer tribulações e adversidades terríveis
enquanto outras são derrotadas enfrentando lutas e adversidades menores? Porque
uns conseguem conquistar elevadas posições no emprego, e outros são demitidos?
Uns são aprovados em vários concursos públicos, ENEM, vestibulares, ou
conquistam medalhas em competições esportivas, outros não conseguem alcançar o
sucesso? A resposta está nesta palavra – preparação. Um indivíduo que se
prepara tem mais chances de vencer e conquistar vitórias em qualquer área da
vida do que o que não se prepara.
Devemos estar preparados para os momentos em que nos confrontamos com as
adversidades, pois uma pessoa preparada tem mais chance de atravessar a
tempestade, e chegar do outro lado de maneira vitoriosa. A questão é estar
preparado. Eis porque o tempo é o nosso professor. “Sei estar abatido, e sei
também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou
instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância
como a padecer necessidade. Com isso, o apóstolo Paulo está dizendo o seguinte:
“Eu estou preparado para enfrentar todos os tipos de questões nesta vida
e sair de maneira vitoriosa”. O tempo nos ensina a enfrentar as adversidades.
Nos parâmetros observados é evidente que no processo de formação
histórico-cultural, a base ideológica a respeito da questão temporal sofreu e
sofre significativas transformações. Como define Linhares e a de que o tempo
resume-se ao presente de modo que os acontecimentos contemporâneos independe de
um contexto histórico anterior.
No contexto mais poético como Chico Buarque refere-se ao tempo que
independentemente do tempo decorrido, há sentimentos e aspectos humanos que são
eternos. O conceito de Hobsbawn critica o modo com o qual a história é tratada
nos dias hodiernos como instrumento deteriorado em vista do objetivos e
aspirações momentâneas.
É necessário uma abordagem sobre as duas importantes relações com a
passagem do tempo primeiramente a concepção mais hedonista de Linhares expõe um
pensamento exclusivamente para o presente ignorando tendências históricas
passadas e preconizando um progresso pautado nas descobertas diárias,
isto é, trata-se da ontogilização do presente também apresentada por Karl Marx
em “a verdade temporal,“ Isso eu entendo que é um terreno complexo e arriscado
ao associar a concepção mais hedonista de Linhares e conceitos utilizado por
Karl Marx.
Agenilda Palmeiras, é
professora e membro
da Academia Grapiúna de Letras
(AGRAL)
Nenhum comentário:
Postar um comentário