sexta-feira, 17 de março de 2023

BAHIA. A CAIXA PRETA DOS CONVÊNIO DE RUI, OS 40 PMs E A POLÊMICA DAS INVASÕES DOS MST





     A Bahia continua mal na Segurança Pública, Educação, Saúde e na geração de empregos. E eles (a turma do PT)? Nem aí para o povo baiano...


Caixa preta dos convênios de Rui I

   Uma apuração sobre os convênios celebrados pelo governo do Estado com prefeituras em 2022 volta a suscitar forte suspeita de abuso de poder econômico nas últimas eleições. Antes de encerrar seu último ano de mandato, o ex-governador Rui Costa (PT) colocou quase R$ 1,6 bilhão à disposição de prefeitos para agilizar obras, reformas e afins. O valor é oito vezes maior do que ele mesmo havia gasto em 2021 (R$ 189 milhões), quando não houve disputa eleitoral. As obras, ou pelo menos a promessa delas, vieram majoritariamente da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) e da Secretaria de Educação, que juntas responderam por R$ 1,3 bilhão [R$ 699 milhões e R$ 623 milhões respetivamente]. 

Educação em último plano

   O que impressiona é que em 2021, a pasta da Educação, gerida à época por Jerônimo Rodrigues, não aplicou um centavo sequer em convênios. Os milhões aplicados aos 45 do segundo tempo escancarou o contraste de secura que a educação da Bahia viveu na última década, a ponto de figurar nas piores posições do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Caixa preta dos convênios de Rui II

   Outro órgão que teve o caixa de convênios turbinado entre 2021 e 2022 foi a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), que saiu de R$ 56 milhões para R$ 155 milhões ações casadas com prefeituras e associações da agricultura familiar, vistas como a joia da coroa do voto petista nos rincões da Bahia.

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Piada pronta

   A declaração da secretária de Desenvolvimento Urbano da Bahia, Jusmari Oliveira (PSD), de que o governo Jerônimo iniciou estudos sobre a ponte Salvador-Itaparica caiu como uma piada no meio político. Após 10 anos da promessa de inauguração, falar em estudos é um acinte. Em tom de ironia, até governistas comentaram que tais estudos devem estar em fase de pós-doutorado, tamanha é a demora em retirar as ideias do papel.  

Inimigo do Agro

   Repercutiu mal entre produtores rurais e empresários do agronegócio baiano a fala do vice-governador do Estado, Geraldo Júnior (MDB), relativizando invasões de terra lideradas pelo MST em diversos municípios da Bahia. “…o MST não é uma invasão, é uma ocupação”, disse Geraldo, com clara intenção de afagar a plateia de petistas que o ouvia, sem, porém, atentar para a ilegalidade dos atos, muitos deles inclusive contidos com decisões judiciais de reintegração de posse. Em grupos de WhatsApp, o emedebista já vem sendo chamado de “o novo inimigo do agro”, justamente por desconsiderar que a insegurança jurídica causada pelas invasões tende a gerar prejuízos também na produção de alimentos e criação de animais. 

Direta

   A avaliação interna na base governista é que a declaração de Geraldo pró-invasões do MST não foi por acaso. O fato é que atinge em cheio produtores rurais e proprietários de terras da Bahia.

Geraldo e os 40 PMs

   E por falar em Geraldo, enquanto a maioria dos municípios baianos tem no máximo dois policiais para combater a criminalidade, o vice-governador tem em seu gabinete nada menos que 40 PMs. Ou seja: Geraldo tem ao seu lado o número de policiais equivalente a 20 municípios pequenos do estado. A situação é no mínimo absurda diante dos índices alarmantes do estado, que tem o maior número de homicídios do país, e expõe também como os governos do PT têm lidado com a segurança pública. Convenhamos: esse caso é mais um daqueles que ilustra a famosa frase de Octávio Mangabeira: Pense num absurdo, na Bahia tem precedente.

 

Missa de corpo presente

   A Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) finalmente voltará a ter sessões totalmente presenciais. Foi o que garantiu o presidente Adolfo Menezes (PSD), atendendo à solicitação do líder da bancada da oposição, deputado Alan Sanches (UB), que alegou não haver mais restrições sanitárias para que os 63 deputados compartilhem o mesmo espaço no plenário da Casa. A medida desagradou e muito o líder da base governista, Rosemberg Pinto (PT), por avistar dificuldade em garantir a missa de corpo presente dos parlamentares para aprovar matérias de interesse do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Na terça (15), por exemplo, a sessão foi encerrada porque não havia número suficiente de deputados no plenário. Da tropa de 40 governistas, só quatro deram as caras.

Zoada legislativa

   E mesmo com número reduzido, a bancada da oposição na ALBA tem conseguido fazer algum barulho no Legislativo baiano. Além de ter feito a movimentação para o retorno das sessões presenciais, na semana passada, numa manobra bem articulada, conseguiu aprovar o convite ao secretário da Segurança Pública, Marcelo Werner, para falar na Comissão de Direitos Humanos sobre a violência na Bahia. 


Reportagem do Jornal Correio da Bahia (Salvador -Bahia)
Legenda na foto: Jornal e Blog Correio dos Municípios (Itabuna-Bahia)



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