sábado, 18 de abril de 2009

Emasa amplia sistema de captação de água em Itabuna


Uma obra histórica e que vai marcar o centenário de Itabuna, assim definiu o presidente da Empresa Municipal de Águas e Saneamento (Emasa), Alfredo Mello, a ampliação da estação de tratamento de água do São Lourenço, que vai permitir solucionar a questão do abastecimento em Itabuna. Com a nova unidade em operação será ampliada a capacidade de tratamento de 565 para 900 metros por segundo, que somados à ETA de Ferradas, permitir assegurar o suprimento de mil litros por segundo para a população itabunense.

A magnitude do projeto é dada pelo engenheiro Marcelo Brito Gomes, da empresa que executa as obras em ritmo acelerado, ao dimensiornar a demanda de 300 toneladas de aço e de mais de 1.100 metros cúbicos de concreto. A empresa também implantou o equivalente a quase 12 quilômetros de adutora, que vai permitir integrar no futuro a captação em Ferradas, com a ETA do São Lourenço.

Histórico

O diretor-técnico da Emasa, engenheiro Marcos Habib, que tem 25 anos de experiência no setor de água e saneamento, lembra que a ampliação da captação em Itabuna não é uma proposta nova. Ainda em 1983, um projeto foi elaborado pela Emasa e retomado em 1987 pela Prefeitura de Itabuna, com a municipalização do serviço: “Na época ele ampliou a captação do rio Almada de 367 para 565 litros por segundo, mas somente agora, 20 anos depois é que estamos executando uma nova ampliação, o que vai permitir atingir a uma captação de mil litros por segundo, dos quais 90% processados na estação do São Lourenço, cujas obras estão em ritmo acelerado e de acordo com o cronograma previsto”, complementou.

Marcos Habib considera que o projeto vital para o desenvolvimento de Itabuna está sendo implementado com 10 anos de atraso: “Com isso vamos de certa forma solucionar o problema básico do abastecimento de uma cidade que cresceu sem nenhum planejamento, mas é preciso que o usuário do serviço seja conscientizado para a racionalização do consumo, uma vez que a água é um produto finito”, disse.

Outra preocupação de Marcos Habib, é que com as obras em andamento, a Emasa via ter de realizar algumas paralisações no abastecimento, o que será informado à população de maneira oportuna, para a implantação de equipamentos e testes do próprio sistema, o que inclui mudanças em alguns entrocamentos de rede. Hoje, para garantir o suprimento da população com o atual sistema, a Emasa realiza 152 manobras semanais e promove mudanças em 375 registros, o que mobiliza 11 carros operando 24 horas por dia: “O que será reduzido em até 80% após a conclusão das obras de ampliação da estação de tratamento”.

Novos filtros

Na estação do São Lourenço serão implantados seis novos filtros, que vão se somar a igual número de unidades já existentes, além de dois novos decantadores e um outro que está sendo reformado, com mudança do fluxo horizontal para o vertical. O projeto inclui ainda, segundo o engenheiro, a instalação de mais dois floculadores hidráulicos e construção de mais dois decantadores, com reforma de uma unidade já existente.

O próximo passo do projeto inclui a licitação de uma unidade de tratamento de resíduos –UTR-, para retirada de material orgânico e hidróxidos de alumínio: “Com o conjunto em plena operação nós teremos uma estação de tratamento de água de primeiro mundo, com equipamentos de ponta e capaz de assegurar o fornecimento de um produto de qualidade para os usuários”, complementou Habib.

Para o diretor técnico da Emasa, além de melhorias no sistema de abastecimento, a empresa também vai adotar medidas visando a redução de perdas. Um passo importante será a aquisição de cinco mil novos hidrantes, melhorando assim o sistema de micromedições, estimulando por outro lado ao usuário dos serviços a recionalização do uso da água, que tem de ser usada de forma responsável.

Empresa investirá em

educação ambiental

O engenheiro Marcos Habib conta que em função da água ser um produto finito e que pode faltar no futuro, não dá mais para o usuário lavar o carro com a mangueira aberta ou usar vassoura hidráulica na lavagem dos passeios: “Daí a importância do desenvolvimento de programas de educação ambiental, numa parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente”, argumentou.

Com relação ao trabalho de educação ambiental, ele ressalta que o mesmo será precedido do recadastramento dos imóveis, já em fase de implementação para poder conhecer o perfil dos usuários dos serviços da empresa, dimensionando assim o tipo de demanda e as necessidades de consumo nos diversos bairros. O recadastramento também vai aproximar a Emasa do consumidor.

Uma outra ação importante, segundo o diretor técnico da Empresa Municipal de Água e Saneamento é com relação ao sistema de manutenções preventivas na captação de Rio do Braço e de Mutuns, com a substituição de equipamentos sucateados. Foram ainda realizadas substituições de registros e a inversão de freqüência para diminuir o gasto de energio. O projeto incluiu ainda a substituição de válvulas e transformadores, o que oferece maior confiabilidade ao sistema em situações consideradas emergenciais, além de reduzir os gastos de energia, que chegam a R$ 600 mil por mês e são o maior insumo da empresa.

Com a ampliação da vazão, Marcos Habib acredita que além de atender às necessidades de consumo da população, será possível atrair mais indústrias, gerando mais empregos: “A cidade de Itabuna sempre teve um crescimento acelerado e um aspecto evidente são as construções de 48 prédios residenciais e de um número crescente de habitações populares, evidenciando uma cidade pulsante”, observou.

O supervisor de gerenciamento de captação e tratamento, Jorge Neves considera que a aceleração do andamento das obras vai permitir não apenas o aumento da oferta de água à população, como também a disponibilização de um produto de qualidade. Ele anuncia a aquisição de um equipamento digital que vai permitir o acompanhamento em tempo real da qualidade da água, capaz mesmo de medir variações fisicoquímicas do produto em questão de segundos.

Para Jorge Neves, a ampliação da ETA do São Lourenço é básica para ampliar o sistema de captação para mil litros por segundo. “Mas cabe à população também se conscientizar de que o tratamento e a adução são caros, exigindo por isso mesmo racionalidade no uso final do produto”, finalizou.

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