terça-feira, 6 de agosto de 2013

O helicóptero tricolor de Wagner e o sofrimento para o torcedor chegar ao Barradão

REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA

É verdade que o torcedor do Vitória não está prestigiando, como devia, os jogos do seu time no Campeonato Brasileiro. Os públicos contra Vasco, São Paulo e Portuguesa ficaram muito abaixo da expectativa. É também verdade que o difícilimo acesso ao estádio continua a atormentar os torcedores. Com trânsito  desorganizado pela Transalvador e Polícia Militar e crateras ao longo de todo o percurso entre o Condomínio Flamboyant até o Barradão, é difícil se chegar ao destino e um verdadeiro sofrimento para quem quer sair de lá.
Nas redes sociais, torcedores sugerem até pedir carona no helicóptero top de linha do governador Wagner para chegar ao estádio.

Bricadeira à parte, do lado da diretoria do Vitória só lamentações para a reduzida presença do torcedor. E nenhuma ação concreta para exigir da Prefeitura e do governo estadual ontervenções que possam pelo menos amenizar o sempre difícil deslocamento do torcedor à sua praça esportiva preferida, à sua casa. O projeto da via de acesso exclusiva ao Barradão que seria implantada, aladeada pela diretoria do clube e pelo Governo do Estado como uma “grande conquista”, está condenada a mais uma vez não sair do papel.
Com o Estado da Bahia financeiramente quebrado, devendo seis meses aos fornecedores e prestes a atrasar os salários do servidor público, fica difícil se acreditar que o governo Wagner banque a construção da via ao Barradão. E se bancar, é coisa para quatro anos em diante, levando-se em consideração os três anos que esse mesmo governo levou para concluir os 500 metros de passarela ligando a Avenida Paralela ao Estádio de Pituaçu. A lentidão e a inércia são, sem dúvida, a marca do governo do PT.
Lentidão e inércia bem parecidas, diga-se, com os passos da atual diretoria do Vitória, que, de tanto administrar com “os pés no chão”, está deixando o clube na mesmice, sem nenhum projeto inovador. Ainda bem que em campo o time vai bem.
Ainda existem aqueles que apregoam, de forma claramente manipulada, que não deve existir oposição no Vitória, para que o presidente atual, Alexi Portela, possa fazer com tranquilidade e sem qualquer problema o diretor Carlos Falcão como seu sucessor. Os defensores dessa tese absurda deveriam tomar como exemplo o que acontece hoje com o Esporte Clube Bahia, que vive uma crise sem precedentes em sua história justamente porque a família Guimarães resolveu fechá-lo e não democratizá-lo. O Vitória de hoje pode ser o Bahia de amanhã, sim. Os métodos para a eleição da diretoria, do Conselho e empregados para gerir o clube são idênticos aos do tricolor.
Não temos aqui nada, mas absolutamente nada, contra Alexi Portela, mas o que ele está passando para a torcida é que Carlos Falcão está sendo imposto como solução única para o clube. Não temos também nada contra o virtual futuro presidente Falcão. Em suas rotineiras entrevistas de campanha, ele demonstra ter mais perfil de empresário de construção civil do que um técnico capacitado e especializado em gestão de clube de futebol, condições indispensáveis para se administrar uma instituição da grandeza do Esporte Clube Vitória.
Alguns afirmam que por traz de tudo que se faz para dificultar o acesso do torcedor ao Barradão estaria um projeto audacioso envolvendo diretores atuais, políticos e parte da imprensa, para tirar o Vitória do seu estádio e colocá-lo na casa do outros, a Arena Fonte Nova. Esvaziando-se o Barradão estaria o caminho aberto para aqueles que trabalham contra o maior patrimônio do clube.
A partir das colocações feitas pelo ex-diretor Walter Seijo, que trabalhou no projeto de construção e solidificação do Estádio Manoel Barradas, fica evidenciado que esse movimento anti-Barradão é para valer: o Vitória jogaria este ano cinco vezes na Arena, no ano que vem 10 ou 15, até o torcedor esquecer o seu estádio. Por traz de tudo, conselheiros como Otto Alencar, Marcelo Nilo e até José Rocha, em cuja gestão como presidente o Barradão surgiu.Todos são políticos aliados do governo Wagner e querem contribuir para viabilizar a Arena Fonte Nova.
E Alexi Portela seria levado de roldão. Falcão nem precisaria, já absorveu muito bem a ideia. Aliás, cabe um parêntese aqui: Falcão já atuou na área de construção civil e isso faz deixar o torcedor rubro-negro com a pulga atrás da orelha, levando-se em consideração a valorizadíssima área do Barradão e todo o seu entorno. É preocupante, sim.
No mesmo sentido, no sentido de se esvaziar o Barradão, está um comentário de Sinval Vieira, na Rádio Transamérica, no último domingo: “Olhem o que estou dizendo: o Vitória está caminhando para a Arena Fonte Nova”. Além de conselheiro do Esporte Clube Vitória, Sinval Vieira é hoje comentarista esportivo e diretor da Sudesb, órgão do Governo do Estado que administra o Pituaçu e que cuida da política de esportes. É, portanto, uma fonte de muita credibilidade para revelar o que acontece envolvendo o projeto “Fecha Barradão” a nível do Conselho Deliberativo do Vitória e do próprio governo. Sinval, é verdade, sempre foi um defensor do Barradão.
Na redes sociais, a reação da torcida contra os que trabalham contra o Barradão, é constante. Quase por unanimidade, as críticas contra a diretoria por não trabalhar visando fortalecer a infraestrutura do estádio, tomam conta das comunidades de torcedores na rede Facebook. O artigo do JORNAL DA MÍDIA “Alexi Portela parece trabalhar para inviabilizar o Barradão” e a entrevista do ex-diretor Walter Seijo ao JM, com o título ”Walter Seijo afirma que trocar o Barradão pela Fonte Nova seria a sentença de morte do Vitória”, apimentaram as discussões sobre o tema.
Se tiver juízo, a atual diretoria do Vitória, que nada fez nos últimos seis anos para pelo menos modernizar um pouco o estádio do torcedor rubro-negro, nada investiu, precisa esclarecer de uma vez por todas a situação e mostrar quais os verdadeiros planos para o Barradão, se é que ela tem. As arenas construídas pelo governo por este país a fora são, na prática, inviáveis. Não é por pouco que clubes como Atlético-MG, Ceará e Fortaleza, Sport, Santa Cruz e outros não querem essas “arenas modernas”, que para eles, os clubes, não trazem qualquer retorno. Os custos operacionais são exorbitantes e o preço do ingresso proibitivo para o torcedor, principalmente para o torcedor baiano, cujo PIB é um pibinho.
Que a diretoria do Vitória não entre nessa verdadeira fria para satisfazer a interesses empresariais e do governo. O torcedor rubro-negro não aceita e vai reagir. Fortalecer o Barradão, transformá-lo em uma arena moderna, é o caminho. O caminho para levar o clube à autosustentação e que exige comprometimento e compotência de seus dirigentes.

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