quinta-feira, 25 de julho de 2013

Amada e odiada

Poucas mulheres detiveram, na história politica de Itabuna, tanto poder quanto ela. No seu gabinete de trabalho ficaram sentados, esperando a vez de falar, vereadores, empresários, secretários, presidentes de partidos, lideranças comunitárias, homens e mulheres do povo.

Simples, consciente do seu papel de articuladora politica, assessora da mais alta confiança do prefeito da época, tornou-se a Richilieu de saia da politica itabunense. Secretários viajavam a serviço do município e quando retornavam – podiam esquecer da mulher, filhos, assessores, amigos, porém na bagagem vinha o presente da pessoa  mais importante da politica local daquele  momento.

Atritou-se com secretários, conheceu de perto o puxa-saco, o bajulador, o fofoqueiro, o intrigador, o incompetente, o corrupto, o malversador, como também o idealista (sem vez), o leal, o preparado ( exonerado sem saber o motivo); neste caldeirão das injustiças humanas, dos que sobem na vida pisando pescoço do seu semelhante. Hoje, ela, presumo, não recebe, sequer, um telefonema ou uma visita em sua casa ou no local onde está trabalhando, porém consciente de que assim caminha a humanidade e que a centenas de pessoas que ela ajudou, nomeou, colocou debaixo do guarda-chuva da sua proteção talvez nem lhe mandaram um cartão de natal desejando-lhe boas festas.

Não se preocupe... seu nome já está inserido nos anais da história politica contemporânea de Itabuna e ninguém tem poder ou prestigio de tira-lo de lá. Você talvez esteja curtindo a sua solidão compreendendo e refletindo sobre a natureza humana e sobre a palavra poder.

Está sendo uma experiência extraordinária para o seu currículo de vida. Você é amada e odiada. São os ossos do ofício de quem mergulha na vida pública. Você exerceu o poder que chegou às suas mãos com muita  competência, tenho que reconhecer, pois deu o testemunho material do ditado popular que diz: quem tem competência se estabelece.

E você estabeleceu o norte, sul, leste e oeste dos rumos da politica local nos últimos anos. Você sempre tratou-me com respeito, apesar de algumas divergências nos nossos diálogos. Nada que pudesse deixar marcas de ódio ou ressentimentos. Cada um segue a sua trajetória, mas tenho que reconhecer que você,  JOELMA REIS  foi a mulher mais poderosa politicamente de Itabuna nos últimos 30 anos. Só não afirma isso quem tem olhos e não vê. Eu tenho olhos, vejo, enxergo, ouço, pesquiso e escrevo sobre o que coleto da opinião pública. Este é o papel do jornalista.

Paulo Lima
Jornalista e membro da Academia Grapiúna de Letras.                         

  

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