quinta-feira, 12 de março de 2009

CRÔNICA Por Jorge Luis Santos

DONA AMELIA
Crônica
Tive a felicidade de conhecer
dona Amélia, senhora esta que nenhuma
outra a ela se compara. Na
sua longeva e dura vida, com mais
de sessenta e oito anos de idade,
tendo ainda que cuidar da filha
doente e de mais três netos, mantinha-
se resignada e trabalhando,
convicta de que Deus dar o frio
conforme o cobertor.
Viúva que se fez respeitar durante
o tempo em que viveu, dona Amélia
tinha uma aposentadoria de um
salário mínimo, sendo ainda obrigada
a costurar e vender confecções,
para fazer frente com as despesas
de alimentação, saúde e instrução dos
seus queridos familiares.
Dona Amélia foi, sem dúvida, um
exemplo de vida para quem a
conheceu.Vizinho deles, tornei-me
amigo de todos daquela casa, sendo
afilhado de fogueira da sua filha
doente chamada Nivalda. Naquela
época, minha madrinha Nivalda já
se encontrava paralítica sobre uma
cama, recebendo o carinho e os cuidados
de sua querida mãe.
Orleans, a quem dona Amélia
chamava carinhosamente de Leinho,
era o primeiro neto, seguido pelo
querido Antonio Carlos, sendo
Paulo Roberto o neto caçula dos três.
Quantas vezes não vi e ouvir
dona Amélia dar banho nos netos,
arrumando-os para ir ao colégio e
dando-lhes conselhos, preocupada
Jorge Luis Santos
em prepara-los para a vida? Orleans,
o neto mais velho que o diga!
Ele, principalmente ele, na época
adolescente ainda, foi quem mais
recebeu todo o apoio, moral e material,
vindo do coração generoso
de dona Amélia.
Como se não bastasse o grande
exemplo, que a todos se estendeu e
ensinou, fui diretamente beneficiado
por ela. Quantas vezes dona Amélia
não me aconselhou, nutrindo-me de
força e iluminando o meu caminho!?
Nesse aspecto, sinto-me como se neto
dela fosse, honrado pela afinidade de
tão nobre parentesco.
Dona Amélia ainda viu, com
muita luta, devotamento e mérito,
o seu neto Orleans formar-se bacharel
em Administração de Empresas.
Diante daquela difícil situação,
imaginemos quantos obstáculos não
tiveram que superar, quanto equilíbrio
e garra, primeiro de dona
Amélia e depois do seu neto Orleans,
não foram necessários para
atingir aquele importante fanal?
Foi uma grande e merecida vitória
de dona Amélia e do seu neto
Orleans, sem contar com a importância
do exemplo dado por eles,
para todos os moradores de dentro
da própria casa e da circunvizinhança
daquele humilde lar.
(+) Advogado e cronista
Advjls13@hotmail.com

Nenhum comentário: