VALTER MORAES |
És que de repente, como de
assalto, surge uma multidão protestando contra o aumento da passagem dos
transportes coletivos, exigindo qualidade nos serviços, um serviço coletivo
humanizado, programado para atender as necessidades dos usuários desse tipo de
transportes que a cada dia fica mais imprestável devido à falta de políticas
públicas de qualidade e de fiscalização por parte dos órgãos competente.
O fato é que o fenômeno pegou de
surpresa nossa nação e nossas instituições como partidos, centrais sindicais,
congresso nacional, assembleias, câmeras de vereadores, mídia oportunista
rechaçada, bandeiras rasgadas, policia militar nos moldes da ditadura militar,
o povo em fúria reprimida extravasando seu ódio pela “elite social e política”,
saques, fogo, depredação, esperança roubada, saqueada, debochada, vilipendiada,
todos os anseios unidos, reunidos, juntas em uma só frustração: a miséria de
uma sociedade miserável, vestida com a miséria da nossa “elite” miserável, sínica,
cega, muda e surda, descompensada politicamente mas conectada para seus
interesses e dos seus apaniguados.
A Bandeira da União dos
Brasileiros surge como fenômeno dos anseios de um ”povo heróico, bravo e
varonil”, como diz nosso Hino Nacional e que é uma verdade, gritando que o
gigante acordou. Eles não sabem ou não perceberam que o gigante nunca dormiu
jamais. Nossas bandeiras estavam levantadas há muito tempo colorindo o espaço a
espera de braços para desfraldá-las ao vento, tremulá-las com toda energia da
nossa história de um povo lutador desde a escravidão dos nossos índios,
passando por Zumbi dos Palmares, Tiradentes, Alfaiates, Balaiada, Farrapos,
Canudos, Antonio Conselheiro, Maria Quitéria, Guerrilha do Araguaia, Lampião,
caras pintadas, e outras lutas do povo contra a tirania instalada com a cara de
democracia presa nos pré-conceitos da elite (ouça o zum-zum-zum da classe média
e suas pérolas contra a lei que regulamenta o trabalho da(o)s empregada(o)s
doméstica(o)s, vejam os pré-conceitos
sobre a bolsa família, conheça a PL sobre terceirização do Dep. Sandro Mabel
indo na contra mão dos avanços conquistados pelos trabalhadores) e é ai que o
povo em uníssono avança sobre os castelos de areia criado para iludi-los,
enquanto projetos importantes benéficos a sociedade laboriosa ficam
engavetados.
Os investimentos essenciais em
serviços como educação, saúde, habitação, servem para o bem comum, fortalecendo
os tecidos sociais do tamanho das necessidades dos donos das riquezas
produzidas e não distribuída em prestações de serviços, obedecendo nossa carta
maior (constituição), rasgada pelos nossos representantes eleitos pelo voto
popular e que não cumprem com as responsabilidades de um país democrático e de
um povo soberano, desmoralizando-o, envergonhando nossas instituições que foram
constituídas pela força do nosso povo com a finalidade de fortalecermos nossa
democracia.
Por isso, qualquer análise tem
que partir das necessidades e da realidade política das condições precários dos
nossos serviços, da vontade e da ação planejada para qualificá-los e do bom uso
dos impostos pagos com o suor dos trabalhadores. Precisamos fazer uma análise
profunda do executivo, legislativo e judiciário e suas manipulações
mercantilistas, navegando sobre o povo na boçalidade das suas arrogâncias,
presos em seus pré-conceitos superlativos de poder, de força, sem imaginar o
tamanho das suas responsabilidades conferidas pelo sufrágio tão caro a nossa
democracia superficial, vícios esses que vem da soberba ignorância e da covardia,
fugindo do viver para servir e do olhar-se, com as virtudes do verdadeiro
humano superior, usando a razão para superar a ganância, a mediocridade, a
corrupção do homem pelo homem, para não ficarmos ilhados em nossas próprias
misérias sem enxergarmos que somos todos miseráveis, e para fugirmos desta
miséria, lutemos unidos contra os miseráveis de plantão.
Valter
Moraes - Graduado em Filosofia, pós-graduado em Psicologia Organizacional e do
Trabalho, pós-graduando em Economia das Sociedades Cooperativas.
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